Conhecida pela boa qualidade da água, a cidade de Alagoinhas (a 124 km de Salvador) atrai investimentos de todos os portes. Grandes empresas, como o Grupo Petrópolis, Heineken, indústria São Miguel, PKG do Brasil, Ardagh Group, Bracell, Laticínios Mariana, Natural Gurt, entre outras, movimentam mais de R$ 2 bilhões no município e geram, em média, quatro mil empregos diretos e cerca de nove mil empregos indiretos, conforme a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (Sedea).
Além delas, as atividades econômicas que se destacam no município são os setores de serviços e comércio, que representam juntas, aproximadamente, 54% do Produto Interno Bruto (PIB); e a indústria, que gira cerca de 23% da economia. Ao total, o PIB da cidade é de mais de R$ 4 bilhões, de acordo com o secretário do Sedea, Bruno Fagundes. “E temos previsão para a chegada de novos investimentos, o que vai incrementar mais. Hoje são cerca de 40 empresas de grande porte e até o primeiro semestre de 2024 existe a expectativa de chegada de mais três grandes empreendimentos, mas por questões políticas e de privacidade dos investidores ainda não podemos divulgar”, disse o secretário.
Segundo ele, o município tem atraído essas empresas por apostar na desburocratização da legislação, a exemplo da lei de liberdade econômica, assim como pela negociação com a classe empresarial para redução de tributos municipais em setores estratégicos da economia, capacitação de microempreendedores, facilitação na concessão de crédito por meio de convênios com o governo estadual, com apoio da Agência de Fomento do Estado da Bahia S/A (Desenbahia).
Para continuar atraindo bons negócios, o secretário conta que na Sedea os projetos estão a todo vapor, investindo em ampliação de capacitação de mão de obra para o mercado de trabalho por meio de convênios com Sebrae, Senac e Senai, assim como a ampliação do programa de concessão de crédito, projeto de desenvolvimento do distrito industrial, atração de eventos e feira de negócios.
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ToggleCrescimento do comércio
Nos último quatro anos, Alagoinhas despontou como polo industrial, mas também em áreas ainda carentes na cidade, como a de educação. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Alagoinhas (Sicomércio), Benedito Vieira, quatro novas faculdades desembarcaram por lá e levaram cursos requisitados, como o de Direito e os da área de saúde. “Antes, muita gente da região tinha que ir para outra cidade, como Salvador e Feira de Santana. Agora que temos esses cursos as pessoas de outras cidades que estão vindo. Isso impulsiona o comércio e, principalmente, o setor imobiliário, com os alugueis”, conta Vieira.
Segundo ele, a indústria da cerveja também atrai muitos trabalhadores para a região. A expectativa é de atrair mais empresas. “A Ambev, por exemplo, tem grandes chances de vir para cá. Isso impacta no crescimento do comércio, que dá resposta positiva atraindo empresas de Feira de Santana, Salvador, como as varejistas, a exemplo da Magalu, Casas Bahia, Pernambucanas”.
Além disto, Vieira conta que todo o centro comercial está sendo reativado depois da pandemia e já quase há mais imóveis para alugar. “Estamos muito animados e a nossa expectativa de crescimento é de 5% em relação ao ano passado. Sem contar com a expectativa de chegada de mais uma empresa de refrigerante e da instalação de uma grande indústria do setor de vidro que quer se instalar aqui”, revela.
Localização estratégica
Mas não é só a água que desperta o interesse do empresariado. A localização geográfica estratégica e as características ambientais e endoclimáticas fazem de Alagoinhas um lugar de progresso e desenvolvimento.
Para o empresário Paulo Cintra, industrial bem sucedido que fundou a Natural Gurt, empresa que fabrica iogurtes, bebidas lácteas fermentadas, incluindo sobremesas lácteas, a cidade é um celeiro de grandes negócios.
“Entendo que temos um futuro promissor, principalmente na área de bebidas e alimentos. Investir em Alagoinhas é bastante seguro e promissor, temos alguns seguimentos industriais bem maduros por aqui, o que nos dá bastante conforto em saber onde estamos pisando, pois, pioneiros já abriram os caminhos para novos investidores. Nossos pontos fortes são a infraestrutura, água com qualidade e abundância, relação desenvolvimentista com as instituições públicas e privadas, além de um bom público consumidor. Mas tudo depende, lógico, do tipo de empreendimento que se queira implantar”, destaca.
Fonte: BAdevalor